Vem o vento que vi ventríloquo. Vai que move o pé,
a boca, e a mão do boneco.
Desmiolado, o fantoche refém do ventríloquo, que é sem ser
ninguém.
E quantos ventam no ar que outros movem,
sem saber, quem são?
Que continuam, apenas querendo, ser aquele que o
movimenta?
Os seus membros moles, e sem pensar
quem manda
e mexe o fio que comanda o poder. É tão louco, sem sentido.
E os comandados, pelo ventríloquo, sem emoção própria
são sombras do comando.
3 comentários:
A alma do fantoche não é a mão, é o gesto. E o espírito do gesto é a expressão.
E como tem gente que nasce para ventríloquo. A vida guiada pelas mãos dos outros, o tempo ocupado pelo tempo do outro... A frase pronta que o outro sempre repete.
Gostei da poesia! Quero saber se posso colocar essa poesia na revista da minha editora. Se tu aceitares, envia para o e-mail contato@editoranovitas.com.br com teu endereço de blog.
Beijos
Simone escreve dedilhando pensamentos sem forma, sem padrões de linguagem. Ela desenha poesia porque ela mesma é um poema vasto e delicado. E eu tenho o privilégio de abraçá-la!
Fantoches são a projeção dos corpos que se ultrapassam? bjs
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