Passa pela raiz do sensível. Invade o caule. Uma fotossíntese? De palavras: No vento.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Subindo em Árvores 26.02. 18h. CCBNB
Poemas
Monólogo Interior
lírico
onírico
olhares
vazio
dentro
outro
tecendo
reticente
Palavras silenciosas
No despertar do sonho.
No entorno.
Entre cada um.
Na troca, nos rabiscos
em nós, gente, um eu e você,
no encontro.
Ventríloquo
Vem o vento que vi ventríloquo. Vai que move o pé,
a boca, e a mão do boneco.
Desmiolado, o fantoche refém do ventríloquo, que é sem ser
ninguém.
E quantos ventam no ar que outros movem,
sem saber, quem são?
Que continuam, apenas querendo, ser aquele que o
movimenta?
Os seus membros moles, e sem pensar
quem manda
e mexe o fio que comanda o poder. É tão louco, sem sentido.
E os comandados, pelo ventríloquo, sem emoção própria
são sombras do comando.
Entre Depois
Líquido azul,
vaza e esvazia a caixa.
Fumaça resinosa,
incenso, leva o amargo,
criando teias, ciclo.
Vira água, sede de secar.
Intenso e flexível em fusão.
Sentir o começo,
ficar aberto,
receber o outro.
Um solvente
no espaço dinâmico.
De tudo, passa,
aquece e evapora,
impureza que absorve.
Vazio do início,
para filtrar, o começo.
Gera o ciclo, da ciranda,
das trocas que levam
e voltam a armadura.
Do esquentar depois chover,
nas estações que mudam,
das células, que renovam,
que trocam entre alta e baixa.
Como tudo que pulsa:
para protagonizar,
a própria cena.
Sobretudo
de todas as estruturas
de todas as construções.
Infinito reciclado.
Pensando no pensar,
segue o trilho suspenso.
Corola E Cólera
Dentro daquela caixa tem um esquecimento: vapores suspensos.
Coisa curiosa a fumaça do pacote.
Coisa que oculta o azul do céu: em combustão.
A poeira que se elevou do solo assentou depois da chuva.
E na noite todos dormiam.
E tudo era sombra.
E nada sabiam.
Em vão mãos cavam o chão, não encontram nada
e ficam em cólera.
O obscuro, o monturo,
as faces sem rosto no lúgubre.
Esquecem ou omitem.
Roda argola e agora gira o que faz depois?
Abre-se a corola da flor
Em meio de tudo,
no entorno em ascensão acende um luzente.
Voa um mensageiro, tocando cítara.
Um pirilampo alado.
Tempo de sair do fundo do tempo.
Tempo de correr no oposto do tempo.
O tempo que não está no relógio.
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Um comentário:
Ah, eu queria ir! Pena que moro tão longe. :(
Gostei muito dos poemas. Sucesso! Você merece. Beijos!
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